Crítica – “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” emociona e expõe forte história sobre tradição e vingança

A sequência se sobressai aos desafios existentes.

Pantera Negra
Reprodução/Internet

Em meio aos explícitos desafios, “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” surpreende com uma história emocionante e significativa. A sequência envolve o telespectador em uma trama que vai além do que a Marvel já explorou, apresentando uma nova ramificação do universo e homenageando de forma simbólica, o falecido protagonista Chadwick Boseman.

O contexto do longa se dá após a morte do Pantera Negra, que também no filme morre por uma doença, sem muitas explicações. Dessa vez, a Rainha Ramonda (Angela Bassett), Shuri (Letitia Wright), M’Baku (Winston Duke) e Okoye (Danai Gurira) dão vida ao arco central do governo de Wakanda e juntos eles precisam tomar decisões e lutar para que a posse do Vibranium não destrua o território próprio deles.

Um dos pontos que chamam atenção desde o primeiro longa, é a atenção natural e interessante que as questões políticas são abordadas. A cidade continua rica em cultura, detalhes de seus próprios costumes e procurando ao máximo lutar contra a exploração de colonizadores. Dessa vez, alguns embates pessoais acontecem com países europeus que acreditam em uma certa fraqueza após a morte de T’Challa.

No entanto, Wakanda pode ser tudo, menos fraca. E essa afirmação se tornou real no novo longa, uma vez que uma ameaça de Namor, deus de Talocan, deixou as forças da nação estremecidas, mas não a abalou. Dentro de tal construção, há um destaque para o desenvolvimento concreto e preciso da direção e roteiro de Ryan Coogler. A história apresenta ótimas conexões, que suavizam o cansaço do tempo de tela.

Pode-se afirmar que uma das principais contribuições para esse efeito de coerência se deve a notável fotografia, que arrisca em ambientes com CGI, mas se desenvolve de forma suficiente, com ambientes detalhados e figurinos expressivos. A cultura de Wakanda torna o filme mais rico, ganha o telespectador pela imagem e através de danças e lutas bem coreografadas, exerce uma ótima impressão final.

A introdução de um novo reino submerso, com o vilão Namor, traz uma inovação para a história que já é conhecida. A nação precisa de uma nova liderança protetora, que dessa vez é vista de forma conjunta, sem um protagonismo especialmente centrado em apenas uma figura. Apesar da Princesa Shuri ser de grande relevância para a trajetória dos conflitos e resoluções, ela também está inserida fortemente em um plano comunitário.

O protagonismo feminino em “Pantera Negra 2”

Um dos grandes destaques que o filme recebeu é a ampla representatividade feminina. Em especial a introdução de Dominique Thorne como Riri Williams. A personagem pode se desenvolver em novas obras da Marvel como Ironheart e teve uma boa entrada no universo através de uma dinâmica com a Shuri, muito parecida com o que aconteceu com Peter Parker e o Tony Stark. Além da atuação de grande notoriedade, a inserção da personagem foi sútil, mas conseguiu mostrar sua força e potencialidade ao longo dos acontecimentos.

Angela Bassett também deu luz a diversas partes emocionantes do longa, interpretando a Rainha Ramonda, ela conseguiu tornar a dor e força de sua personagem vivífica e transparente. No tempo de tela, seu destaque é completamente notável e a presença a torna um dos pontos principais na história.

Além delas, as guerreiras Okoye (Danai Gurira), Nakia (Lupita Nyong’o) e Aneka (Michaela Coel) desempenham um papel importantíssimo na luta por Wakanda. Além de estarem a frente de combates muito bem coreografados, elas entregam uma atuação digna de indicações a grandes prêmios. Dessa forma, todas evidenciam a força do protagonismo negro e feminino nas telas, que merece um destaque cada vez maior na indústria cinematográfica.

“Pantera Negra: Wakanda Para Sempre” é uma inovação no universo da Marvel que mantém os aspectos já conhecidos, mas de forma surpreendente. Com uma tecnologia avançada e recursos visualmente satisfatórios, o filme se torna um grande agrado ao público, que no fim das contas não se importa com o tempo longo de tela.

As novidades apresentadas prometem mudar o futuro do universo nos cinemas. Há um grande destaque para o protagonismo feminino e a forma que o longa homenageia a morte de Boseman. O filme é uma história emocionante sobre tradição e vingança, além de contar com cenas de lutas eletrizantes e uma tecnologia que não invade a cultura de Wakanda, mas que aprimora a força dos guerreiros.

Avaliação: 5 de 5.

Estagiária, produtora de conteúdo, uma garota que ama séries, filmes, livros e música e fala muito sobre histórias. A minha história está lá no Instagram! E-mail: [email protected]