YouTube é processado por “discriminar” youtubers negros

Há ainda detalhes sobre dificuldades que as quatro mulheres enfrentaram ao longo dos anos, para manter seus vídeos online e gerando receita.

YouTube Logo
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Nos Estados Unidos, quatro mulheres (youtubers) negras estão processando o YouTube sob a alegação de que a plataforma de vídeos via streaming discrimina criadores de conteúdo negros, restringindo o alcance de conteúdo direcionado à comunidade afro-americana.

O documento cita que o YouTube “emprega consciente, intencional e sistematicamente algoritmos de inteligência artificial, ferramentas de filtragem e revisão com base em computador e máquina para “segmentar” os autores (e  outros criadores negros), usando informações sobre sua identidade racial e ponto de vista para restringir o acesso e afastá-los da plataforma”.

Há ainda detalhes sobre dificuldades que as quatro mulheres enfrentaram ao longo dos anos, para manter seus vídeos online e gerando receita. Segundo elas, a plataforma se utiliza de critérios vagos para tirar vídeos do ar, sem a possibilidade de apelação.

Além disso, o YouTube também está sendo acusado de manter no ar – e até promover – vídeos com discursos de ódio direcionados à comunidade afro-americana.

LEI AMERICANA PODE AMPARAR O YOUTUBE

De acordo com Eric Goldman, especialista em direito da Faculdade de Direito de Santa Clara, o processo tem poucas chances de ser bem-sucedido. A lei americana –especificamente a Seção 230 da Lei de Decência das Comunicações – dá às plataformas digitais, ampla liberdade para decidir sobre a hospedagem de conteúdo. Por esse motivo, muitas das acusações poderão ser descartadas de imediato.

Sobre a desmonetização de alguns vídeos, Goldman explicou que a lei também permite aos anunciantes escolher com quais canais e criadores eles irão trabalhar. Nesse sentido, o YouTube, assim como seus anunciantes, tem o direito de não exibir anúncios em canais e vídeos essencialmente políticos, ou em canais liderados por personalidades controversas.

Embora o processo acuse o YouTube de “discriminação sistemática” a criadores de conteúdo negros, ele não apresenta evidências claras que justifiquem as afirmações.

DISCURSO DE ÓDIO X DISCURSO DE ÓDIO

Goldman ainda disse que o escritório de advocacia que deu entrada no processo está se especializando nesse tipo de causa e, frequentemente, acusa plataformas por não remover conteúdo potencialmente entendido como discurso de ódio.

No entanto o Ars Technica fez uma busca nos canais das quatro mulheres autoras do processo, e descobriu que elas também possuem vídeos com potencial discurso de ódio direcionados a autoridades americanas e até a estrangeiros. Um desses vídeos, inclusive, ao ser reportado ao YouTube, foi removido da plataforma.

Via: Ars Technica.

Redator, gamer e amante de mundos repletos de heróis e vilões.