Ser fã da DC é como torcer para o time de futebol mais azarado do campeonato. Uma grande desorganização, mas para o grupo de jogadores que garantiu algumas das mais lindas jogadas da História. No fundo, o fã quer acreditar, mas o estado atual da DC nos cinemas talvez seja o mais caótico de seus últimos anos.
Grande parte desse sentimento parte da agressiva entrada de David Zaslav como novo presidente da Warner Bros Discovery. Determinado em fazer da DC uma máquina tão poderosa quanto a Marvel Studios de Kevin Feige, o executivo tomou ações apressadas e cruéis, a maior delas sendo o cancelamento do filme da Batgirl; projeto já filmado e em fase de pós produção.
O que fazer, então, para salvar o universo da DC nos cinemas?
Confiar no seu plano
Naturalmente, é ótimo quando o espectador tem uma ideia do que esperar. O que os fãs da Marvel Studios mais gostam é justamente das grandes linhas do tempo e power points que Kevin Feige revela em eventos importantes. Isso gera um senso de que a história está sendo construída a um ponto comum, a um objetivo.
Isso não é garantia de que os filmes serão bons, e a própria Marvel sofre com isso de vez em quando, mas é importante que a DC tenha um plano. Tenha uma conexão mais clara entre seus personagens, que os filmes não sofram tentativas de serem rebootados, mudados ou transformados no meio do caminho. Ter um plano ajuda, e a DC precisa de um nome para tocar esse universo nos cinemas e nas séries.
Abraçar a diversidade tonal
O grande problema dos filmes da Marvel é que, essencialmente, todos eles são comédias. Todos eles seguem a mesma fórmula estrutural e estética; são parecidos demais. A DC pode se beneficiar disso e continuar apostando em filmes que valorizem as capacidades de seus diretores, que costumam ser muito mais autorais do que aqueles contratados por Feige.
Mantenha a diversidade tonal em seus projetos. Mesmo que a linha do tempo não seja a mesma, abrace a possibilidade de que possa existir um outro universo mais sombrio, com o Coringa do Joaquin Phoenix ou o Batman de Robert Pattinson, e que essas versões dos personagens possam carregar seus próprios universos.
A DC pode manter um tipo de “universo principal”, mas manter seus universo mais autorais (como o selo DC Black dos quadrinhos) com qualquer outro personagem desejado.
Trazer o Superman a todo custo
Já faz quase 10 anos desde que o Superman teve seu próprio filme solo, com O Homem de Aço de Zack Snyder, e desde então, o grande herói dos quadrinhos foi reduzido a participações coadjuvantes, um bigode apagado por CGI e cameos sem cabeça. Com ou sem Henry Cavill, já passou da hora da DC aprovar um novo filme do Superman.
O herói precisa voltar a ser o grande símbolo da DC, e que seja um reboot ou não, mas o Superman precisa de um novo filme de respeito; assim como aconteceu com o Batman de Robert Pattinson. Um Superman que realmente faça a diferença e represente seus ideais nas telas.