“Trem-Bala” é um filme de ação ousado e repleto de surpresas

O elenco conta com grandes estrelas como Brad Pitt, Joey King e Sandra Bullock.

Trem-Bala
Reprodução/Internet

Do mesmo diretor de Deadpool 2, David Leitch, o filme “Trem-Bala” vem trazer mais uma vez a fórmula de uma ação repleta de surpresas. Outro fator visível, é o humor em meio a uma história de assassinos em série que se conectam em uma missão dentro de um trem-bala. Com um elenco de peso e uma série de aparições especiais, o filme se consagra com intensas duas horas e sete minutos.

O centro da história envolve Ladybug, o codinome do assassino vivido por Brad Pitt que está em uma jornada parecida, com uma mentalidade diferente após alguns anos nessa atividade. Sua missão é pegar uma maleta com uma grande quantidade de dinheiro, porém ele não contava com diversos outros assassinos que estão no mesmo trem, com tarefas conectadas a essa mesma mala.

A trama se desenvolve de forma dinâmica, intensa e prende o telespectador na tela com uma grande quantidade de cenas de luta, explosões, tiros e perseguições. Com a ambientação quase toda completa dentro de um “trem-bala” no Japão, a história conecta muitos arcos diferentes na tentativa de ser integrada como uma só e apresenta diversos personagens, repletos de detalhes, em um mesmo plano de ação.

Tal ousadia do roteiro enfrenta o grande desafio de arcar com mínimos detalhes de cada história, conectando os personagens e apresentando seus passados, para que faça sentido a conexão de todos. A estratégia foi executada de forma suficiente, mas ao telespectador pode ser confusa, por ter a experiência de lidar com um novo personagem a cada momento. É o clássico: muita informação, tentou conquistar o mundo e em muitas vezes, se perde pela excessividade.

Diferente de algumas obras, o humor desse filme é natural e rende boas risadas ao público. No entanto, há um certo surrealismo apelativo em muitas cenas. Isso acontece principalmente porque a resolução de muitos conflitos se dão de formas “mágicas” e rápidas, uma técnica no cinema conhecida como “deus ex machina”. Há um certo exagero dessa didática, que deixa o longa “bobo” em muitos momentos.

A fotografia e caracterização do longa contribuem fielmente para sua estética intensa, movimentada e forte. As cenas de lutas são bem coreografadas, se tornando um dos principais pontos da produção. A dinâmica entre os atores entrega uma boa história, em que eles conseguem te convencer de suas ações.

O filme contou com a aparição de muitos famosos artistas, como Joey King de “A Barraca do Beijo”, Sandra Bullock de “A Proposta” e personagens especiais ao longo da trama. Porém, a excessividade de histórias, algumas vezes aleatórias, pode levar a uma compreensão dificultosa em uma obra que é vendida como uma ação divertida e simples.

Pensando nisso, o longa consegue se adequar a proposta, mesmo com um tom de dificuldade para lidar com diversos arcos em um contexto só. Ainda assim, ele apresenta arranjos muito bem feitos e conexões que de fato, surpreendem o público. Além de focar em uma atratividade voltada por boas piadas dentro de situações sufocantes.

“Trem-Bala” é uma produção que promete entregar uma história de suspense e ação no jeito “Alerta Vermelho” da Netflix. E de fato, é isso que o longa cumpre, apesar da grande quantidade exagerada de informações e o apelo para o surrealismo. Entretanto, a obra é divertida e possui muitos pontos empolgantes. Mais uma vez, Brad Pitt se mostra um assassino em série divertido e reflexivo ao mesmo tempo.

Nota da autora: