“Sra. Harris vai a Paris” é uma história sobre sonhos, conquistas e bondade. O filme é uma adaptação do livro homônimo de Paul Gallico e mostra um enredo repleto de emoções e significados. No entanto, a todo instante os arcos se tornam repentinamente previsíveis.
No longa, Ada Harris (Lesley Manville) vive sua rotina como empregada doméstica em Londres até receber a notícia de que seu marido faleceu na guerra. Seu objetivo era que seu cônjuge retornasse em algum dia, mas ao ver suas esperanças destruídas, ela decide ter uma nova motivação e encontra um novo sonho: ter um caro e bonito vestido da Dior.
Nessa busca, Ada se esforça e junta dinheiro para escolher presencialmente um vestuário na casa de produções de Christian Dior. Na trajetória, ela conhece muitas pessoas que a ajudam a tornar esse sonho real, mesmo com indivíduos específicos que dificultam cada detalhe.
Um dos maiores destaques que o longa recebe, se deve ao forte fator histórico e os figurinos. A representação do sonho feminino e do espaço da mulher na sociedade é transpassada de forma sútil e crítica ao mesmo tempo. Da mesma forma, os vestidos chamam atenção na fotografia e tornam o filme visualmente bonito.
Para que a estética dos anos cinquenta faça sentido, a produção entrega uma construção da trilha sonora e ambientes que se encaixam perfeitamente. Isso porque as músicas escolhidas sonorizam a ideia clássica da história e a ponte Londres e Paris contribui para essa atmosfera.
“Sra. Harris vai a Paris” foca em diversas lições de moral
O roteiro de Carroll Cartwright e Anthony Fabian é uma adaptação que se esforça para ser comprada, mas não conquista tanto o telespectador. Isso porque o filme parece um conto de fadas sem a sinalização da ficção, as coisas acontecem de forma previsíveis e inacreditáveis. O óbvio estraga a história, que não se desenvolve e se torna superficial em muitos arcos.
A ideia de ter uma lição de moral em cada decepção deixa a narrativa encantadora e lúdica de forma exagerada. Por mais que as lições sobre lealdade e bondade sejam valiosas e se encaixem de forma emocionante na trajetória de Harris, o impacto da obra não engata com a proposta sugerida.
Sra. Harris ensina o público sobre uma verdadeira luta pelos sonhos, mesmo que as controvérsias da vida digam o contrário. Ela se esforça veemente com honestidade e alcança objetivos maiores do que o esperado, isso porque decide pela generosidade e bondade em todas as circunstâncias. A ideia de que se conquista o bem pelo bem, é uma das principais razões que o filme traz como reflexão.
“Sra. Harris vai a Paris” é um filme emocionante, repleto de lições e com a devida importância aos valores morais. A história é como um conto de fadas, previsível e cheia de impossíveis que se tornam reais. Com vestidos bonitos e dilemas humanos, a narrativa impressiona o telespectador pela beleza e arranca boas risadas em momentos divertidos. É o tipo de filme que abrange o público geral, mas para os mais novos pode ser uma obra massante, por estender em detalhes momentos específicos.