Crítica – “A Órfã 2: A Origem” ousa em trama impossível para ser real

O longa é um prelúdio da história de Esther.

A Órfã 2: A Origem
Reprodução/Diamond Films

“A Órfã 2: A Origem” é um prelúdio que traz os primórdios da história de suspense. O primeiro longa foi lançado em 2009 e a tentativa da nova obra, se concentrou em dar mais informações para uma trama já conhecida. Dentro disso, o filme se perde diversas vezes ao tentar realizar algo irrealizável.

Isabelle Fuhrman retorna ao papel de Esther, que ao início do filme é apresentada com seu verdadeiro nome: Leena. A história narra sua fuga da clínica psíquica na Estônia e revela mais detalhes da perigosa mulher de 31 anos que está presa em um corpo de criança por conta de uma doença nas glândulas. Ao fugir, ela toma posse da identidade de uma criança desaparecida nos Estados Unidos e retorna a “sua” família biológica.

Para que Isabelle vivesse novamente a órfã, foi necessário uma série de ajustes. Aliás, uma diferença de 13 anos não passa despercebido facilmente e com pouco uso do CGI, o desafio foi maior. Nesse sentido, o inicio do longa traz um estranhamento maior, nitidamente a personagem é trocada por uma criança de costas. No entanto, ao longo da trama, tal efeito passa despercebido e a atuação de Isabelle se destaca a tal ponto que consegue dinamizar a diferença.

No quesito atuação, o filme entrega uma excelência notável, com destaque para a protagonista e Julia Stiles. A dinâmica de ambas e as coreografias de luta são um dos poucos pontos altos do longa. Tal análise se dá principalmente na construção de um suspense em que o personagem descobre o desenvolvimento dos mistérios junto dos telespectadores. Ambas atrizes conseguem expressar e “enganar” perfeitamente.

Julia Stiles em “A Órfã 2” – Reprodução/ Diamond Films

Para que a história de “A Órfã” (2009) não se repetisse, o roteiro de Alex Mace e David Coggeshall tenta inovar sob a direção de William Brent Bell. Infelizmente, o plot twist não encanta como o planejado. A reviravolta surpreende o público que não imaginaria a verdade por trás da família biológica de Esther. Porém, os próximos atos do filme se conectam de forma fraca e não sustentam a força de uma história inovadora.

A simplicidade dessa construção é colaborada por diversos aspectos do filme, desde cenas fracas e falsas, até detalhes pouco elaborados. Por exemplo, as diversas cenas de brigas, são violentas excessivamente e contém um sangue nitidamente falso, deixando os detalhes do filme inverossímeis a ponto de não conquistar visualmente o telespectador. O pouco CGI (computação gráfica) deixa muito a desejar e desestimula a todos que tentam se entregar na história.

Isabelle Fuhrman está forçada em “A Órfã 2: A Origem?”

Diversas expectativas foram criadas nesse novo longa, decorrente a nostalgia que poderia trazer ao usar a mesma protagonista anos depois. Muitos esperavam algo forçado e no final das contas a atuação de Isabelle foi um dos pontos altos do filme, além de gerar destaque e interesse no telespectador.

No entanto, isso não esconde a superficialidade de muitos pontos da história, que se dão de forma forçada em alguns momentos. Como no caso das tentativas de fuga da garota, que consegue driblar facilmente todos os outros adultos. É compreensível a tentativa de mostrar uma adulta perigosa no corpo de criança, mas não é natural para a história a facilidade de seus breves planos.

“A Órfã 2: A Origem” é um suspense que se enquadra no gênero de forma ousada. Existe uma tentativa desafiadora de inovar dentro de uma história já conhecida e a conclusão é uma trama impossível para ser realidade. Apesar de conter um enredo completamente bem explicado e da atuação das protagonistas serem dignas de destaque, a obra se desenvolve fraca e insuficiente de efeitos especiais.

Nota da autora:

Avaliação: 2 de 5.

Estagiária, produtora de conteúdo, uma garota que ama séries, filmes, livros e música e fala muito sobre histórias. A minha história está lá no Instagram! E-mail: [email protected]