Grande parte do sucesso do primeiro Blade Runner (1982) baseou-se na atmosfera sublime criada pelo designer de produção Lawrence G. Paul, e essa responsabilidade agora está em nas mãos de Dennis Gassner.
Denis Villeneuve, um dos diretores mais brilhantes de Hollywood atualmente, já estava decidido em ter Gassner – ambos são canadenses – em seu filme, já que Gassner é um designer de produção com uma longa carreira, vencedor do Oscar por Bugsy.
“Eu conheci Denis Villeneuve em Montreal no final do inverno”, comentou Gassner. “E eu disse: ‘Eu gostaria que você me desse, se puder, uma única palavra para descrever o filme’, e ele, depois de pensar nisso, olhou para mim e disse: brutalidade.”
Essa brutalidade, que já foi exibida no filme original, cresce em Blade Runner 2049. O futuro que foi antecipado no trabalho de Ridley Scott já chegou (é definido em 2019) e as ameaças que até então pareciam distantes – uma sociedade distópia dominada por grandes corporações e desastres ambientais – agora parece ser dolorosamente próximo. Gassner queria em seu trabalho respeitar o espírito original do filme, embora aumentasse a aposta; em uma entrevista para a revista Wired disse: “é um mundo mais difícil que o primeiro filme, tanto ambiental como estéticamente”.
Os lendários foguetes (carros voadores de três rodas) voltam a voar sobre Los Angeles e pelas ruas desta cidade escura e lotada, Deckard (novamente Harrison Ford, revivendo um dos seus papéis mais emblemáticos como fez em Indiana Jones ) sobrevive ao fugir de um novo caçador de replicadores. Villeneuve, que já demonstrou que é capaz de trazer um olhar diferente e original sobre ficção científica, tem o talento para transformar Blade Runner 2049 em um dos filmes mais excitantes dos próximos anos. E também para servir de alerta para um futuro próximo demais para nos fazer refletir sobre o que estamos construindo no presente.
Blade Runner: 2049 estreia hoje nos cinemas brasileiros.